Doutoranda em Estudos Urbanos no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) e na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (NOVA/FCSH), com o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-Iscte) como instituição de acolhimento, sendo bolseira da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
É licenciada (2012) e mestre em Antropologia, com especialização em Temas Contemporâneos (2024) pela NOVA/FCSH. Na sua dissertação de mestrado, desenvolveu um estudo etnográfico sobre o processo de recriação e ressignificação social, simbólica e memorial do Bairro do Relógio, em Lisboa. A investigação analisou como os antigos moradores, através de redes sociais online e de encontros presenciais, mantêm viva a memória coletiva e resistem ao apagamento simbólico do antigo bairro, demolido há quase três décadas.
Os seus interesses de investigação abrangem a memória urbana, as práticas de sociabilidade e o sentido de pertença em contextos de transformação urbana.
Santos, D. (2023). Vivo, o bairro está sempre: Sociabilidade, memória e representação de um território desalojado (Bairro do Relógio, Lisboa, 1966-). [Dissertação de mestrado em Antropologia, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa]. https://run.unl.pt/handle/10362/168768
Santos, D. (2022). A calçada portuguesa: desenhos em arquivo. Cadernos do Arquivo Municipal. (17), 156-205.
No próximo dia 21 de outubro de 2025, das 15h às 16.30h (hora de Lisboa), Urpi Montoya Uriarte apresenta a obra “Les mots, la mort, les sorts” (1977) de Jeanne Favret-Saada, mais concretamente os primeiros 3 pequenos capítulos da obra. É um clássico inspirador.
A sessão decorre online (aceder só no dia e hora à reunião Teams) e presencialmente no ISCTE, Ed. 4. sala A202. O texto está disponível aqui.
22-24 April 2026, Lisbon, ICS-ULisboa and ISCTE-IUL
Chamada para comunicações até 31 de outubro de 2025
A conferência Estudos Urbanos Portugueses/Globais toma como ponto de partida as recentes discussões sobre a possibilidade de estudos urbanos globais. O português – considerado como língua internacional – serve como alavanca para mapear o passado, presente e futuro da investigação urbana crítica nos e sobre os países que utilizam o português como língua oficial (países de língua oficial portuguesa).
Federico Ferretti, Alma Mater Studiorum – Università di Bologna (Itália)
Claudia Gastrow, North Carolina State University (EUA)
Organização
Urban Transitions Hub (UTH), Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa); Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES), Iscte-Instituto Universitário de Lisboa (Iscte-IUL).
Com a colaboração de: Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS.NOVA.IPLeiria); IULM University, Milão.
A fundamentação teórica da conferência baseia-se em dois objetivos complementares:
● identificar os principais fios condutores, conexões, diferenças e relações nos estudos urbanos críticos/radicais nos países de língua portuguesa;
● constituir um espaço de debate para a construção de novas colaborações em torno dos Estudos Urbanos Portugueses/Globais.
Assumir o português como língua internacional, reconhecendo/explorando as potencialidades inerentes a essa condição, não é uma tarefa isenta de problemas. Como qualquer língua internacional, a “partilha” transnacional do português, como primeira língua falada por aproximadamente 250 milhões de pessoas em todo o mundo, assenta numa longa história de circulações, frequentemente violenta, mas não limitada à violência. As raízes sombrias desta história encontram-se no empreendimento colonial português e no comércio global de escravos. Ao legado colonial, que continua a moldar as sociedades contemporâneas, vêm juntar-se conexões culturais, sociais e económicas desenvolvidas ao longo da história, com implicações profundas nas formas e dinâmicas urbanas, bem como na produção de conhecimento sobre essas mesmas formas e dinâmicas.
Tomando como ponto de partida a multiplicidade e a variação das relações espaciais e geográficas (pós-)coloniais, incorporadas nas circulações históricas e atuais da língua portuguesa, os Estudos Urbanos Portugueses/Globais adotam a trajetória dos estudos urbanos críticos desenvolvidos em português e nos/sobre os países de língua portuguesa como lente para examinar possibilidades para pesquisas urbanas globais, relacionais e comparativas. As discussões recentes sobre estudos urbanos globais, estimuladas por autores como Jennifer Robinson, por vezes abordaram as trajetórias urbanas peculiares dos países de língua portuguesa, como nos trabalhos de Ricardo Cardoso sobre urbanismo do Atlântico Sul, de Federico Ferretti sobre geografias “lusófonas” de descolonização, ou de Daniel Paiva e Francisco Roque de Oliveira sobre comunidades epistémicas luso-brasileiras em geografia humana. Contudo, esses trabalhos seguiram maioritariamente os padrões específicos de internacionalização das discussões em inglês (académico), ficando por produzir uma reflexão sistemática sobre estudos urbanos globais em português.
Neste contexto, a conferência Estudos Urbanos Portugueses/Globais pretende desenvolver um campo de visão específico, e ainda assim diagonal, sobre a internacionalização dos estudos urbanos. A chamada para comunicações está aberta a contribuições em todos os campos e tópicos dos estudos urbanos, procurando recolher contribuições sobre questões urbanas, teorias, epistemologias e metodologias que atravessam o espaço internacional, ao envolver-se com os debates específicos e prioridades identificadas na literatura em língua portuguesa e sobre os países onde ela é falada. Isto implicará procurar articular uma sensibilidade pós-, decolonial e do Sul dentro de espaços de circulação historicamente definidos pela língua portuguesa.
Esta fundamentação teórica informa os convites dos três oradores principais, selecionados com o objetivo de acolher variedade geográfica, linguística, teórica e epistemológica no campo dos Estudos Urbanos Portugueses/Globais: Federico Ferretti, Claudia Gastrow e Heitor Frúgoli Jr. trarão a sua expertise sobre circulações históricas em geografias de língua portuguesa, urbanização africana e conexões luso-brasileiras. Uma mesa-redonda final (a confirmar; os oradores confirmados são Ricardo Cardoso e Simone Tulumello) ligará os pontos da conversa, questionando até que ponto se pode dizer que os Estudos Urbanos Portugueses/Globais existem – ou se deveriam ser um objetivo a seguir.
Convidamos comunicações que abordem uma multiplicidade de tópicos ligados à construção de um campo global de estudos urbanos em português, com tópicos que incluam, mas não se limitem a:
● o estado dos estudos urbanos em Portugal e em países de língua portuguesa;
● discussões teóricas e problematização do global, visto a partir dos estudos urbanos (críticos) em português;
● circulações, conexões e relações de tendências urbanas através de Portugal, países de língua portuguesa e além;
● trajetórias coloniais, pós-coloniais e descoloniais nos processos de urbanização em países de língua portuguesa;
● envolvimentos com contextos urbanos de língua portuguesa para além das dicotomias norte/sul.
A Conferência Estudos Urbanos Portugueses/Globais será um evento multilingue, considerando as múltiplas possibilidades de conversa que rodeiam o campo efetivamente existente dos Estudos Urbanos Portugueses/Globais. As principais línguas de trabalho (incluindo para todos os materiais da conferência) serão o português e o inglês, e os participantes decidirão com que língua se sentem mais confortáveis – serão feitos esforços para acomodar comunicações em espanhol e italiano, caso os autores sintam necessidade.
Cardoso R, Chen J, Ernstson H (2023) Blocos urbanism: capitalism and modularity in the making of contemporary Luanda. International Journal of Urban and Regional Research, 47(5), 809-832.
Ferretti F (2021) Geopolitics of decolonisation: The subaltern diplomacies of Lusophone Africa (1961–1974). Political Geography, 85, 102326.
Paiva D, Oliveira FR (2020) Luso-Brazilian geographies? The making of epistemic communities in semi-peripheral academic human geography. Progress in Human Geography, 45(3), 489-512.
Comité Organizador e Científico
Equipa local: Simone Tulumello – Universidade de Lisboa (Portugal) | Rita Cachado – Iscte-IUL (Portugal) | Francesco Biagi – Universidade de Lisboa (Portugal) | Patrícia Pereira – Politécnico de Leiria (Portugal)
Equipa internacional: Giacomo Pozzi – IULM, Milão (Itália) | Rachel Almeida – PUC Minas Gerais (Brasil) | Redy Wilson Lima – Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais, Praia (Cabo Verde) e Universidade de Lisboa (Portugal) | Virgílio Borges Pereira – Universidade do Porto (Portugal)
Submissão de resumos e inscrições
Por favor, submeta o seu resumo através do e-mail pgusconference@gmail.com até 15 de outubro 31 de outubro de 2025 [novo prazo]. Os resumos, em formato livre, devem ter entre 250 e 500 palavras, incluindo referências, se utilizadas.
As decisões sobre as submissões serão comunicadas até 15 de novembro de 2025.
As inscrições estarão abertas até 15 de janeiro de 2026. A taxa de inscrição na conferência será de 200€. Contudo, dependendo do número de resumos selecionados, um pequeno desconto poderá ser concedido aquando da inscrição.
Pelo menos cinco isenções de taxa serão concedidas, com prioridade dada a investigadores sem apoio institucional ou de países de baixo rendimento. Se pretender candidatar-se a uma isenção de taxa, por favor adicione ao resumo uma breve explicação das razões.
Datas Importantes
Abertura da chamada para comunicações: 1 de setembro de 2025
Encerramento da chamada para comunicações:15 de outubro de 2025 31 de outubro de 2025
Decisões enviadas aos autores: 15 de novembro de 2025
No próximo dia 8 de julho de 2025, pelas 16h (hora de Lisboa), Wania Mesquita apresenta “Casa dos homens, casa de Deus”, de Clara Mafra. Nas palavras da autora, o artigo versa sobre o “processo histórico de desenvolvimento do movimento pentecostal no Brasil, tomando a arquitetura como evidência de idéias, crenças, desafios e medos que embalaram suas populações nos turbulentos anos do século XX”.
A sessão decorre online (aceder só no dia e hora à reunião) e presencialmente no ISCTE, Ed. 4. Sala A202. O texto está disponível aqui.
O livro é editado por Cristina Roldão, Raquel Lima, Pedro Varela, Otávio Raposo e Ana Raquel Matias e aborda as relações de dominação e os modos de exclusão racial, mas também as intervenções afro-europeias nas esferas política, social, cultural e artística, e as múltiplas resistências que têm sustentado os corpos negros no continente europeu.
Este livro foi forjado num momento de vitalidade intelectual e política negra particularmente forte. Dada a sua abordagem interseccional e transdisciplinar, o livro será um importante ponto de partida para estudantes e investigadores das ciências humanas e sociais, bem como para artistas, ativistas, políticos e jornalistas.
(o texto de apresentação foi escrito pelos editores)
No próximo dia 27 de março de 2025, às 14.30h (hora de Lisboa), a Saila-Maria Saaristo apresenta “The aesthetics of belonging: Indigenous urbanism and city building in oil-boom Luanda” de Claudia Gastrow.
A sessão decorre online (aceder só no dia e hora à reunião) e presencialmente no ISCTE, Ed. 4. Sala A202.
Organizada por CICS.NOVA, NOVA FCSH e Coletivo de Antropologia Urbana (CAU), com apoio da FCT, 28/01/2025, 15h (horário de Lisboa), Local NOVA FCSH – Campus Campolide, Colégio Almada Negreiros, Sala SE1
Com Alexandre Barbosa Pereira (UNIFESP)
e comentários de Gabriela Leal (CICS.NOVA, NOVA FCSH & CAU)
Nesta apresentação, o professor Alexandre Barbosa Pereira analisa os significados do futuro para os jovens no Brasil, a partir de investigação sobre as diversas representações que eles formulam sobre seu futuro, por meio da noção de imaginação. Por outro lado, as representações do futuro que as políticas públicas criam para e sobre os jovens, a partir da noção de projeto, são também abordadas como um aspecto importante para explicitar os limites dessa abordagem projetiva. Trata-se de uma análise sobre como esses dois âmbitos sobrepõem-se ou mesmo entram em conflito. Numa época marcada pela escalada de crises globais, abrangendo as dimensões da saúde, do clima, da política e da economia, compreender como os jovens aspiram ao seu futuro surge como uma questão central para os estudos contemporâneos sobre juventude. Portanto, o foco desta investigação está em descrever como principalmente os jovens das camadas populares narram suas aspirações para o futuro e como as políticas públicas tentam dialogar com essas aspirações.
Sobre o conferencista:
Alexandre Barbosa Pereira é Professor na UNIFESP, Doutor em Antropologia Social pela USP e coordenador do CIDEJUV (Grupo de Estudos sobre Cidade, Educação, Juventude e Curso da Vida).
MONTOYA URIARTE, Urpi; MULLER, Cíntia (orgs). Antropologia da mobilidade e dos territórios em contextos urbanos. Salvador: Edufba, 2024.
MONTOYA URIARTE, Urpi; CARIA, Luisa; NOVAES, M. B.; BARRETO, Natália; PRUDENTE, Artur. Habitantes da Preguiça: comunidade, moradores, usuários e território no Centro de Salvador. 1. ed. Salvador: Edufba, 2023.
Convidamos à participação na Conferência “Criatividades Periféricas: Juventudes, Territórios e Políticas Públicas”, que decorrerá nos dias 30 e 31 de janeiro de 2025, no Anfiteatro Nobre da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e na Casa das Glicínias (bairro Engenheiro Machado Vaz – Contumil).
Trata-se da conferência intermédia do projeto PERICREATIVITY, que contará com a participação de diversos/as investigadores/as, bem como outros atores da sociedade civil que trabalham e vivem em territórios periféricos, de onde se esperam diálogos enriquecedores.
A participação é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia no seguinte formulário.
Inscrições abertas até ao dia 10 de janeiro de 2025.
A presença e contributo da sua instituição/projeto serão fundamentais para pensar os desafios dos jovens em Portugal, tal como políticas públicas que lhe possam dar resposta.
PERICREATIVITY – Criatividades Periféricas: Juventudes, Arte e Políticas Públicas em Territórios Segregados, propõe-se a estudar os modos de produção criativa e artística de jovens que vivem em territórios periféricos nas duas maiores cidades do país – Lisboa e Porto – , em articulação com a análise das políticas públicas que visam estimular o desenvolvimento local, a participação-cidadã e a inclusão social.
O projeto é coordenado por Otávio Raposo (CIES/Iscte-IUL), e Lígia Ferro (IS-UP/FLUP) e é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e conta com outros membros da Etno.Urb
Reagendamento da Leitura de Gabriela Vasters para o dia 13 de dezembro de 2024, sexta-feira, às 14.30h (hora de inverno em Lisboa), online e presencial
Várias pessoas que são membros da Etno.Urb fazem parte do projeto PERICRIATIVITY CRIATIVIDADES PERIFÉRICAS: JUVENTUDE, ARTE E POLÍTICAS PÚBLICAS EM TERRITÓRIOS SEGREGADOS que está a decorrer.
Na próxima quinta-feira dia 10 de Outubro teremos a Leitura do texto “Managing African Portugal. The Citizen-Migrant Discussion” de Kesha Fikes, por Pedro Varela
A sessão será presencialmente na sala na sala A202 do Ed. 4 do Iscte-IUL e por zoom, às 16h (GMT+1).
Gabriela Vasters é Terapeuta Ocupacional (UFSCar), Mestre e Doutora em Ciências (EERP/ USP), Pós-doutorado em andamento (Programa de Pós-graduação em Sociologia Unifesp e investigadora visitante CIES-ISCTE-IUL). Professora Adjunta no curso de Terapia Ocupacional, área Terapia Ocupacional no Campo Social, na Unifesp Baixada Santista. Áreas de interesse: terapia ocupacional social com ênfase em ação territorial e comunitária, uso do espaço público, direito à cidade e juventudes populares urbanas na interface com antropologia urbana; pessoas em situação de rua, política de assistência social, educação popular.
Publicações selecionadas:
SILVA, Luiza Ribeiro da; SOARES, Carla Regina Silva; VASTERS, Gabriela Pereira; ALMEIDA, Marta Carvalho De. Os SoundSystems e os jovens das periferias de São Paulo: afirmando identidades e ampliando circuitos. Revista De Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, v. 32, p. e204941, 2022.
NOZZABIELI, Sonia Regina; RODRIGUES, Terezinha Fátima;GALVANI, Débora; VASTERS, Gabriela Pereira;BAIERL, Luzia Fátima. População em situação de rua e o direito à cidade A contagem como instrumento de luta política em tempos de distopia. In: DINIZ,T.M.; BRANDÃO, M.V.M.; CARRIÇO, J.M. (Org.). Baixada Santista (Coleção Reforma Urbana e Direito à Cidade). 1ed.Rio de Janeiro: Letra Capital, 2022, v. 5, p.217-234.
GONCALVES, Monica Villaça; VASTERS, Gabriela Pereira; PEREIRA, Beatriz Prado; SILVA, Marina Jorge; BIANCHI, Pâmela Cristina. Ações territoriais e comunitárias no Brasil:vivências e reflexões a partir da Terapia Ocupacional Social. In: Vagner dos Santos; Irene Muñoz Espinosa; Magno Nunes Faria. (Org.). Questões e práticas contemporâneas da Terapia Ocupacional na América do Sul. 2ed.Curitiba: CRV, 2022, v. 1, p. 183-192.